segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Uma Série de Drummond: Mãos Dadas



Olá.

O segundo artigo da série Uma Série de Poesia falará sobre o poema Mãos Dadas de Carlos Drummond de Andrade, esse texto é um registro do tempo presente, o Poeta cita diversas sensações: a amizade, o amor, o drama e até a morte.
Tudo isso está relacionado no presente (nos dois sentidos) escrito por Drummond. 




MÃOS DADAS

Drummond começa o poema fazendo uma ligação entre o passado e o futuro e suas observações sobre o mundo.
"Taciturno" é o mesmo que "calado", ou seja, os companheiros em volta de Drummond estão silenciosos, entretanto estão nutridos de esperança

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro. 
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.


Vimos que eles têm a esperança em algo, porém, ainda não conseguiu expressar as suas ideias, sendo assim o Poeta, oferece suas mãos como forma de  companheirismo, pedindo proximidade entre os amigos.

Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Nas duas primeiras linhas da última estrofe Drummond cita coisas belas, mostrando o seu lado mais humano. Em seguida fala sobre coisas mais dramáticas e assustadoras.



Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,

"Serafim", segundo a Angeologia é um anjo de seis asas, que pertence a primeira posição na hierarquia celestial dos anjos, os que estão mais próximos de Deus. Portanto Drummond não morrerá, pois ainda há tempo, e o tempo é o seu combustível à vida.

não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, do tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.







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