Começo uma série sobre poesias de poetas que gosto e admiro, explicarei os versos, e deixarei meu comentário sobre a obra. Hoje, inicio com Mario Quitana, pois é o poeta que mais leio nos últimos dias, e muitas das poesias dele, vem inquietando a minha mente.
AULA INAUGURAL
É verdade que na Ilíada não havia tantos heróis
Como na guerra do Paraguai
Mas eram bem falantes
E todos os seus gestos eram ritmados como num balé...
Quintana recorre a um dos primeiros registros de poesia, a famosa Ilíada, escrito por Homero no século VIII a.C. O poema narra os acontecimentos ocorridos em um período de 50 dias no último ano da Guerra de Tróia.
O adjetivo "Gesto", faz alusão aos versos. Sendo assim, o poeta compara o ritmo do poema, ao ritmo de um balé.
Em seguida Quintana usa e abusa do significado de "homérico", pois a palavra é relacionada a tudo que advêm de fatos relacionado ao poeta Homero, mas também é referência a algo fantástico, extraordinário.
Fora do ritmo só a danação.
Fora da poesia não há salvação"
Dança, pois, teu desespero, dança.
Tua miséria, teus arrebatamentos,
Teus júbilos
Logo na sequência, vêmos novamente a ideia de movimento. A poesia salva!
Faça do poema uma dança, em que todas as mais diversas sensações sejam expressas.
E,
Mesmo que temas imensamente a Deus,
Dança como David diante da Arca da Aliança;
Mesmo que temas imensamente a morte
Dança diante da tua cova.
Tece coroas de rimas...
Enquanto o poema não termina
A rima é como uma esperança
Que eternamente se renova.
A canção, a simples canção, é uma luz dentro da noite.
(Sabem todas as almas perdidas...)
O solene canto é um archote nas trevas.
(Sabem todas as almas perdidas...)
Importante destacar a linha "Tece coroas de rimas..." pois é uma grande metáfora à coroa de espinhos usada por Cristo, durante a crucificação.
Dança, encantado dominador de monstros,
Tirano das esfinges,
Dança, Poeta,
E sob o aéreo, o implacável, o irresistível
Ritmo de teus pés,
Deixa rugir o Caos atônito.
Quintana denomina termos aos poetas (encantado dominador de monstros/tirano das esfinges). Portanto "poeme-se", e a cada lugar que for, leve esse espiríto poético (Deixa rugir o Caos atônito).
Quintana denomina termos aos poetas (encantado dominador de monstros/tirano das esfinges). Portanto "poeme-se", e a cada lugar que for, leve esse espiríto poético (Deixa rugir o Caos atônito).
Esta foi a minha análise sobre o poema Aula Inaugural de Mario Quintana, seguindo a risca o título do texto, é de fato uma Aula Inaugural, uma espécie de introdução à poesia, um conselho de Quintana a novos poetas, e aos amantes da poesia.
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